Olá pessoas! Tudo bem?! Sei que não nos falamos há um tempo, como vocês sabem eu estudo em uma faculdade pública e toda hora surge um evento novo… De qualquer forma, eu tenho me dedicado nas últimas semanas ao conteúdo do canal, mas eu tenho sentido um vazio gigante de não fazer posts aqui no blog. Sendo assim, hoje eu vou compartilhar com vocês algumas reflexões que eu tenho tido nessas últimas semanas sobre os meus longos cinco anos na FAU.
Para quem não sabe eu estudo na FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para falar a verdade nunca na vida pensei em estudar na UFRJ, simplesmente vim do Ceará para o Rio (apesar de ser carioca eu morei durante 10 anos em Fortaleza) e dei a sorte de conseguir entrar logo após o ensino médio na UFRJ.

Apesar de tudo, a FAU – UFRJ com todos os seus problemas ainda continua sendo uma boa instituição de ensino (principalmente por conta de seus alunos e professores). Eu planejava me formar no fim de 2016 e cá estou eu, me preparando psicologicamente para mais um período na FAU. E aí vai a primeira lição que eu aprendi durante esses anos: por mais que você se esforce, muitas vezes as coisas não acontecem como planejado. Outra coisa que eu aprendi é que lá nos nossos 18, 19 anos acreditamos que sabemos muito sobre tudo. Não gostamos de ouvir os outros, queremos apenas aproveitar a nossa fase de finalmente “ser adulto”. Não damos conta que uma decisão sobre qual faculdade fazer pode acarretar anos de dedicação. O pior é que levamos anos para nos darmos conta disso.
O maior erro que você pode cometer, é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum.
Eu lembro que em 2012 eu sonhava com Arquitetura apesar de nunca ter conversado com um arquiteto/arquiteta antes. Eu simplesmente queria. Mas tinha um lado meu que gritava para que eu fizesse Design. Hoje quando eu olho para trás não me arrependo, mas se fosse possível, gostaria de ter feito as duas ao mesmo tempo. E aí vai a segunda lição: cada decisão que tomamos ocupa um espaço do nosso tempo. Quando é relacionado à faculdade, você pode pegar esse tempo e multiplicar por dois. Então tem coisas na vida que simplesmente tem que acontecer e cabe a nós reconhecermos que cada evento ocorre no seu tempo. Não adianta você querer abraçar o mundo quando o seu dia tem 24 horas. Acreditem, eu sempre acreditei firmemente que eu era capaz disso. Mas hoje eu vejo que eu simplesmente não tenho como fazer tudo. Pelo menos não ao mesmo tempo. Por isso hoje, aos meus 24 anos eu decidi priorizar o que deve ser priorizado. E aquilo que eu sonho em me tornar vai ser forjado através do meu esforço. Hoje eu priorizo o que eu amo fazer. A faculdade é uma delas? Definitivamente não. Arquitetura é uma delas? Provavelmente. Mas hoje eu gasto mais o meu tempo com aquilo que eu realmente gosto.
É capaz quem pensa que é capaz.
Certa vez na faculdade eu fiz um teste comigo mesma sobre o meu potencial. Eu decidi que ficaria um semestre sem trabalhar e sem treinar. Simplesmente gastaria todo o meu tempo me dedicando à faculdade. Então foi exatamente o que eu fiz. Naquele período finalizei o meu CR com 9, depois de ter feito 8 matérias. Foi uma prova de que eu era capaz. Mas a que custo? Eu parei de fazer as outras atividades que me davam prazer para focar apenas na faculdade. Valeu a pena? Não sei, talvez sim, talvez não… Mas o que eu aprendi é que certas vezes precisamos testar os nossos próprios limites para vermos até onde vamos. Aí vai a terceira lição: aprenda a testar os seus limites para que você descubra do que realmente você é capaz. Depois desse período eu tive certeza que se arquitetura fosse a minha escolha de profissão para o resto da vida, eu seria uma excelente arquiteta. Não porque eu tenho “jeito” para coisa, mas sim porque eu provei para mim mesma que eu era capaz de me esforçar em um nível tão elevado que eu seria capaz de produzir um excelente projeto. E para chegar à esse nível de esforço, você precisa realmente gostar. Amar. Ser apaixonado, obstinado por algo.

Como muitos de vocês sabem, eu trabalho na área de Design voltado para Web há alguns anos. Antes mesmo de entrar na faculdade eu já trabalhava na área. Ao entrar para a faculdade, eu decidi que pararia. Só que isso simplesmente não aconteceu. Eu continuei trabalhando, tendo as reuniões com meus clientes e pegando cada vez mais projetos maiores. Até hoje trabalho na área e hoje eu posso afirmar que eu não amo só Arquitetura. Na verdade eu não sei que criou essa regra que você precisa amar somente uma coisa, que se você gosta de humanas não pode gostar de exatas, que se gosta de português não pode gostar de matemática… Isso para mim não faz sentido nenhum. Se uma pessoa ama fazer engenharia química e ama fazer golfe, deixa ela amar ué. A qual regra estamos submetidos?

Eu faço Tiro com arco (você leu certo, tiro com arco) e amo, sou apaixonada por esse esporte. Isso faz com que eu ame menos arquitetura? Não. Só me mostra que eu acredito na liberdade que cada ser humano tem de amar o que quiser. E aí vai a quarta lição: Não deixem que lhe rotulem definindo o que você deve ou não fazer. Simplesmente faça. Eu passei 5 anos da minha vida lidando com dois mundos, o da faculdade com o professor me cobrando e o do arco com o meu treinador me cobrando. Um dizia que eu tinha futuro com arquiteta. O outro dizia que eu tinha futuro como atleta. Hoje eu vivo pacificamente com essas duas áreas e não abriria mão de nenhuma delas.
Hoje no nono período eu chego à conclusão que eu amo Design, amo Arquitetura, amo Tiro com arco. Gosto de escrever aqui para vocês, gosto de gravar vídeos para o youtube. E tudo bem, não existe ninguém definindo o que eu devo ou não fazer. Lembre-se que o futuro é seu, você quem decide quais decisões tomar. Apenas lembre que nada é para sempre, que talvez você ame arquitetura hoje mas daqui a cinco anos descubra algo que nunca tinha visto antes e descubra que na verdade é isso que você ama. E tudo bem, a vida é assim mesmo. Mas ainda assim, a possibilidade de acontecerem coisas surpreendentemente boas quando você se esforça em algo é muito maior do que quando você espera que algo maravilhoso aconteça por sorte. E aí vai a nossa quinta e última lição: o que você é hoje definirá o que você será no futuro. Você quer ser um bom arquiteto? Então se esforce hoje. Não deixe para amanhã. Dê o seu melhor naquilo que você acredita que o futuro por si só se encarregará de te surpreender em maneiras que você nem imagina.
PS. Essa sou eu falando para o meu futuro eu.
Então é isso pessoas! Sei que esse post não foi um tutorial nem algo do tipo, foi apenas algo que eu quis compartilhar com vocês. Eu espero que ele tenha ajudado quem está nos períodos finais da faculdade e está se sentido meio perdido, sem direção, sem saber o que fazer.
Calma gente, vai dar tudo certo. Eu torço por vocês.
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Abraços,
Marina 🙂