Quando a gente muda de país, muda também o jogo.
Para arquitetos e designers brasileiros que estão construindo carreira nos Estados Unidos, um dos dilemas mais frequentes é esse:
“Será que eu preciso apagar minha identidade para ser levada a sério?”
A resposta é direta — não, você não precisa.
Mas é preciso entender como ser autêntica de forma estratégica e profissional. Neste artigo, vamos te mostrar como fazer isso na prática.
Por que sua identidade é um ativo — e não um obstáculo
O mercado americano valoriza diversidade.
Valorizam quem traz novas perspectivas, novas formas de pensar e criar.
Sua formação no Brasil, sua vivência cultural, seu olhar sobre o espaço — tudo isso te torna única.
Mas essa autenticidade precisa ser apresentada de forma estruturada e comunicativa, para ser reconhecida como valor.
Ser autêntica não é ser desorganizada ou informal.
É saber de onde você vem, o que você acredita, como você atua — e comunicar tudo isso com clareza.
Os perigos de tentar “se encaixar demais”
Muitas profissionais brasileiras, ao chegarem nos EUA, tentam se moldar ao modelo americano de forma literal:
– Mudam completamente o estilo do portfólio
– Evitam falar de experiências no Brasil
– Tentam neutralizar o sotaque
– Apagam toda referência cultural
E o resultado? Perdem presença. Perdem potência.
Ficam parecidas com todo mundo — e desaparecem no processo seletivo.
7 estratégias para mostrar autenticidade com profissionalismo
1. Transforme sua trajetória em argumento de valor
Fale da sua história com consciência:
– Quais projetos no Brasil te formaram?
– Quais desafios te prepararam para esse novo mercado?
– Que referências brasileiras inspiram seu olhar criativo?
Esses elementos humanizam seu discurso e conectam com o outro lado.
2. Use sua identidade visual como ferramenta de diferenciação
Seu portfólio não precisa seguir o mesmo template “clean” de todo mundo.
Você pode mostrar sua essência no layout, nas cores, na forma de contar os projetos — desde que isso não comprometa a clareza.
Exemplo: incluir padrões visuais inspirados em design brasileiro, nomes de projetos em português com tradução ao lado, ou um mini “about me” com seu contexto pessoal.
3. Adapte sua comunicação, sem apagar sua personalidade
Falar com clareza é diferente de “falar igual todo mundo”.
Você pode adaptar seu vocabulário, estrutura de frase, tom… e ainda manter sua essência.
Traga entusiasmo, fale com verdade, conte suas ideias como quem compartilha algo que acredita.
4. Trabalhe a sua narrativa nas entrevistas
Nas entrevistas, não esconda o fato de ser brasileira.
Explique como isso moldou sua forma de colaborar, resolver problemas e entender o cliente.
Exemplo de frase:
“No Brasil, aprendi a ser extremamente adaptável e resolver problemas com poucos recursos. Isso me ajuda a trazer soluções práticas e ágeis aqui também.”
5. Não subestime seu sotaque — ele é parte da sua presença
Ter sotaque não é sinônimo de falta de profissionalismo.
O que importa é a clareza da mensagem, a confiança na fala e a intenção com que você se comunica.
Você não precisa soar americana.
Precisa ser entendida — e isso vem com prática e preparação, não com negação da origem.
6. Mostre resultados, sem pedir desculpas pelo caminho
Foque em comunicar seu valor: o que você entregou, aprendeu, impactou.
E faça isso com segurança, mesmo que tenha sido em outro país ou idioma.
Você não precisa se justificar por ter uma trajetória fora do padrão americano.
Precisa mostrar o que isso adiciona.
7. Construa autoridade com presença online estratégica
Sua identidade também se comunica através das redes, portfólio digital, LinkedIn.
Cuide da consistência visual, da qualidade dos posts, da forma como você se posiciona.
Seja autêntica, mas também profissional.
Não precisa “falar difícil”. Precisa falar com direção e intenção.
Conclusão
Você não está aqui pra se esconder.
Está aqui pra somar.
Sua autenticidade é o que te diferencia, conecta e potencializa.
Quando usada com estratégia e profissionalismo, ela se transforma em seu maior ativo.
No Design Path Academy, a gente te ajuda a construir essa presença com consistência — sem precisar deixar sua identidade na porta.